domingo, 17 de novembro de 2013

Posto que é chama

Se você fosse relatar um momento perfeito você colocaria os defeitos? 
Mas como ser perfeito se tem defeitos? 
E há defeito maior do que eu ter que ir embora?
Só mesmo estar (muito tempo) longe de você.
Mas que caminho de estrelas coloridas eu teria de traçar para chegar a ter você?
O bonito o suficiente para que os obstáculos não fizessem a mínima diferença. 
E mesmo com as raivas do acaso transformar tudo em nosso, em único e saber que nunca mais vamos ter algo parecido, somos ímpares, conjunto infinito, a interseção.
A primeira roupa, do nosso verdadeiro primeiro encontro. A sua roupa, parece um homem, da parte que me cabe, o inteiro.
Uma sala inteiramente limpa, cheirosa, como nós dois.
Uma mesa baixa, um pano branco delicado por cima dela, uma vela 
azul escuro com os aromas de uma onda do mar, ao redor dela mais três velas verdes, o sabor dos limões. Ao redor da mesa nove pequenas velas azuis claro com o resto de mar que a primeira iniciou. 
Nós dois sentados ao chão, olhando um para o outro, como se fosse a primeira vez, duas crianças bobas, nervosas, amores.
Uma música tranquila, ambiente, da gente, para gente, nós dois.
O vento invadia a janela, a lua ainda emitia uma luz, mesmo que tímida, tudo isso para nos avisar que não há tempo mais infinito do que o amor.
E para onde iríamos depois de terminado nosso jantar? 
Pois então que fôssemos mais amor.
E do meu corpo, no meu corpo se fez presente.
O beijo suave, delicado, doce, rente.
Dois corpos nus, deitados em um colchão ao chão, às velas, ao vento, ao doce que exalava da nossa pele.
Como olhar nos teus olhos se meus olhos já estavam fechados e minha boca aberta? 
Então deixa, apenas se entrega, fecha os olhos também, sente, me sente, se sente.
Deixa as minhas pernas tremerem, o meu coração acelerar.
Deixa o teu sangue correr mais rápido, ter mais força.
Deixa o frenesi rolar, nós dois rolarem.
Deixa eu gemer, escutar teus elogios. 
Só deixa e não sai, se sai então volta, mas não se demora. 
Mas deixa, deixa até o ápice.
Então deixa-se jogado ao meu lado, fecha os olhos, respira bem fundo e recupera o fôlego, que daqui eu também recupero o meu.
Mas não larga a minha mão.
Deita do meu lado, se faz presente, o meu presente.
Fica sem pressa, não tem mais nada para se preocupar.
Fica assim até as velas apagarem, só não nós dois. 

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