Deitada, enrolada em um edredom de dores que tentava a aquecer de sua existência vazia, fumava um cigarro que jogava ao vento seus desprazeres, bebia para poder enganar a si mesma.
Escutando ao CD "A tempestade" de Legião Urbana, será que ainda vivia depois disso?
Culpando-se por perder a melhor parte de si, esquecida no resto de esperança.
Era o preço que se pagava por a verdade. Ter próprios olhos, própria boca, sua cabeça, dores.
Não era uma dor comum de qualquer outro, algo que poucos poderiam entender. Seria tão mais fácil não ser verdade, ter uma vida superficial, sentir dores também superficiais, se agarrar a um Deus e então seguir e passar.
Quantas dores podem caber em um coração?
Tão mais triste que o próprio fim.
Preferia ser do que ter, não ligava para valores desnecessários, só o amor bastava.
E onde fica a vontade de seguir sabendo que o amor está mais longe?
Os objetivos sempre serão os mesmos, os motivos de seguir é que mudarão.
Estar contigo é que seria o bastante e curaria.
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