Eu tenho medo e não há motivos para omitir.
Ninguém nunca cuidou tão bem de mim, nunca ninguém me fez me sentir tão feliz e nunca ninguém tirou todas as culpas do passado que eu carregava como fado junto a mim.
Eu estou assustada, pasma.
Se tem um momento para eu ter uma crise de asma o momento foi esse ao dizer um simples "eu te amo".
Mas não é por dizer, não é pelo sexo, talvez até seja um pouco, mas é acima de tudo por ter tido paciência comigo, por ter dormido num corredor de hospital enquanto eu estava doente, por ter me carregado no colo quando eu estava com febre, por te escutado todos os meus casos e descasos de amor, por ter me compreendido quando eu chorei, por sempre deixar eu escolher o que era melhor para mim, por ter enxugado minhas lágrimas em meio ao filme de romance, por ter dormido comigo enrolado em uma bandeira, por ter corrido mesmo com sede e com a perna doendo e passado por vários policiais quando íamos para o protesto, por ter gritado comigo no protesto, por querer me defender do meu pai, por querer tirar todas as minhas dores, por me fazer feliz.
E talvez isso que disse seja apenas a forma de gratidão, de tanto amor, de tanta bondade, de tanto colo, de tanta compaixão.
Talvez isso apenas seja o meu coração batendo numa arritmia dizendo onde e em qual lábios eu devo morar.
E se aqueles lábios não forem minha casa ou simplesmente optarem por não ser?
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