segunda-feira, 29 de abril de 2013

Parece que as Setes Cidades que ficaram prometidas se perderam nas mãos que seguravam alguma coisa ruim que escorria por o seu rosto.
Não tinha medo do escuro.
A chuva tinha passado, mesmo assim o chão ainda estava molhado. Deitou e não sinta frio.
Deixara de ser quente há umas duas horas atrás.
Se confundia com a noite vazia.
Se até ele tinha a deixado, entendia então que a solidão de tudo lhe valia.
Procurava ainda encontrar alguma estrela no céu também sozinha, mas ele ainda estava nublado e negro.
Era incrível como o céu e ela se entendiam.
Sempre foi assim, um adeus era um passe para aceitar sua solidão, que às vezes ficava esquecida.
E não tem mais onde ou como ela o procurar, dentro dela nem sabia mais o que existia.
Se levantou e dançou com a solidão.
E nem o vento quis ficar.

sábado, 27 de abril de 2013

Será que ele sabe o quão lindo ele é?
Suas bochechas grandes, acompanhas de um sorriso esplêndido.
Os olhos dele ficam tão apertados quando ele está feliz, de tanto sorrir.
Mas os olhos dele também são lindos.
Será que quero ver o sorriso ou olhos? Um meio que esconde o outro.
Já falei do jeito que ele anda?
Meio pra lá pra cá, sem pressa.
Tão fofo.
A barriga dele só não é melhor por quê não é maior. Mentira! Ela é perfeita do jeito que é.
Sou muito feliz de poder fazer a barriga dele de meu travesseiro.
Se a barriga é boa, o peito dele é aconchegante.
E as mãos dele? Como ele consegue ter mãos tão grossas, mas me tocar tão suavemente?
Quando ela me aperta, tão forte, dá vontade de não ir embora nunca.
Será que amor é tudo que eu preciso?
Não.
Eu preciso dele também e do seu amor.
Se ele soubesse do quão lindo ele é.
Do quão puro.
Do quão inteligente.
Do quão engraçado.
Do quão ele.
Talvez ele me abandonaria e iria procurar outro alguém melhor.
Então fica só entre a gente.
Não deixa ninguém mais saber de tudo que ele é.
(Sorriso tímido)
Sempre nos sábados à noite, assim, no fim da tarde, quando a lua decidi olhar pra mim e o vento gelado bate na minha porta lembrando a minha solidão.
É a partir desse momento que eu me lembro que você não está aqui. Eu tenho que ficar só, assistir algum filme e fingir que está tudo bem.
Meus pais me chamam para sair com eles e eu digo que não.
Prefiro ficar só e tentar aceitar minha solidão.
Prefiro acreditar que isso realmente valerá a pena e que chorar sozinha vai aliviar um pouco.
Afinal você não precisa saber de nada do que se passa aqui dentro, você nunca aceitaria minhas dores.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Talvez alguém que leve a vida como você nunca irá entender os motivos de eu não conseguir passar o dia inteiro bem ou pelo menos "normal".
Sempre me disseram e eu aprendi que se deve ver todo segundo como se fosse o último. Eles mentiram.
Eu vivo longe da pessoa que eu amo e ele pode até conseguir mentir pra si mesmo que está tudo bem, mas eu não tenho essa capacidade, simplesmente não seria eu se eu mentisse para mim dizendo que não sinto falta, não sofro, não dói.
Cada dia longe dessa pessoa que amo é mais uma fenda que abre no meu peito. Devo ter meus motivos passados para hoje ser assim.
Minhas mudanças de humor constante só dizem que eu não sei mentir, que eu não sei fingir.
O que há de errado numa lágrima sincera? Eu prefiro ela do que um sorriso forçado.
Mas as pessoas nos impõe uma ideia de felicidade, que precisamos sempre estarmos felizes e mesmo que a situação seja ruim sorria.
Eu não sou assim, eu nunca fui assim.
Talvez seja egoísmo de quem está ao meu lado querer que eu esteja sempre sorrindo, por quê afinal de contas se eu não estou bem isso dói nela. Puro egoísmo, de uma forma ou de outra, ela só quer o bem por a atingir. Eu não estou dizendo que a intenção não é boa, mas que não é tão puro como deveria/parece ser.
Eu sei que quase ninguém vai entender a pureza dos meus sentimentos e como levo a vida. Eu tento viver.
Eu não consigo mentir para mim dizendo que está tudo bem e seguir.
Eu apenas levo e tento ocupar minha mente e quando aparece algo que me lembre o que realmente sou e como estou vivendo no momento não dá para não ficar chateada ou triste.
A vida é tão maravilhosa que ela me prende a minha idade, ao meu sexo, a minha falta de religiosidade, a minha condição sexual e ao que eu acredito.
Eu não sou uma mentira e ainda sim prefiro ser inconstante.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Para cada pessoa havia uma máscara diferente, um olhar novo.
Vestia a roupa como a situação lhe pedia.
Não perdia seus defeitos, mas escondia algumas qualidades.
No básico sempre era simplicidade.
Não acreditava que se escondia, era moldada.
Vivia uma vida a cada sorriso, a cada lágrima derramada.
Preferia a diversidade, individualidade não a cabia.
Seria.
A vida é muito curta, superficial e está sempre por um fio para eu viver longe de você.
Tudo que somos, produzimos, existimos, não é nada.
Amanhã eu posso morrer e nem sequer te toquei, isso é injusto.
As pessoas estão tão conformadas que elas encaram nós não termos algo com coisa do tipo: "para tudo há seu tempo", "não era para ser", "paciência, que vem". Eu acho isso ridículo.
Elas esperam as coisas virem, elas não vão atrás, como se tudo já fosse escrito e elas seguissem apenas regras. Isso é vida? Onde está a liberdade?
Eu não acredito nessas coisas, para mim a vida tem um significado bem maior.
Se eu te amo, logo eu tenho que ficar com você.
Se eu quero estudar, logo eu compro um livro.
As coisas para mim funcionam assim.
Eu só tenho essa chance, eu só tenho isso, é muito pouco.
Não acredito na paciência, acredito no querer.
Talvez por isso eu sempre chore, esperneie, seja revoltada.
Eu não sou conformada com o que me ensinam, eu não acredito.
Eu tenho a capacidade de viver e eu quero ir atrás disso.
As pessoas se escondem atrás de regras, conceitos e não pensam, cumprem fielmente, não mudam, esperam.
Eu não entendo isso por vida, eu entendo isso simplesmente por ir em frente.
Eu não quero que minha vida seja um livro já escrito que eu tenha que seguir regras.
Eu quero que minha vida seja um livro escrito por mim independente do que me digam.
Eu te amo e eu vou até o fim para te ter.
Ninguém vai me dizer para eu ter paciência, para eu esperar, que tudo há seu tempo, por que eu não acredito nisso.
Eu vou chorar sempre, vou sofrer, mas são as consequências que o viver me traz.
Eu amo você.
E para onde vamos fugir? O céu com seus três tons de azul, a lua crescennte, as estrelas brilhando por nós.
Nem deu tempo de me despedir do sol, estava sentada de olhos fechados, sentindo a brisa e o meu pensar em você.
E para onde vamos fugir? O vento está nos chamando. A noite deliciosa nos convida.
Vem simplesmente, me tem.
Deitaremos em qualquer lugar esquecido, colaremos nossos corpos e nos perderemos no calor dos nossos lábios.
Já sabemos para onde vamos fugir...
Já sabemos até que isso não terá fim, pois somos apenas amantes na sinceridade do prazer.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Sabe aqueles dias que você está cansada?
Esses que você não tem o que comer, para onde ir ou vontade de seguir.
Você só procura cigarro e bebida.
Depois de escutar palavras duras de quem você gosta, mesmo que não fosse verdade, veio de alguém que para você importa.
Sei lá.
Dá uma vontade de se isolar, e escrever.
Aqueles dias em que você só consegue ouvir músicas lentas e tristes.
Esses dias em que a realidade bate e te diz que tudo é uma merda e que você é muito otimista para a vida que está enfrentando.
Esses mesmos que ninguém te apóia, ou passa a mão na sua cabeça.
O dia em que você senta para conversar com o mundo e ele te diz quem ele realmente é.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Na calada da noite como quem não queria nada você chegou.
Com seu violão, seu jeito sem jeito, um sorriso discreto e um olhar descontraído.
Deixei você entrar, você fez as ordens da casa.
Tocou, me ganhou.
Todos os dias escutávamos um estilo de música diferente. Ríamos e brincávamos com o fato de que as músicas se tornavam tão clichês que era engraçado cantá-las.
Você até se arriscava a dançar comigo, mas isso depois de muitos beijos e mimos meus.
Mas todos os dias você me trazia uma flor diferente, todo dia você inventava uma história de como você tinha sido um herói por enfrentar mil coisas para trazer aquela flor para mim.
Todo dia éramos felizes.
Você nem ligava para com que roupa eu estava, eu sempre estaria linda para você.
De vez em quando você brincava com as mil cores do meu cabelo.
Até fazia uma massagem em você depois que bebíamos algumas taças de vinho.
Você sempre estava lá, todas as noites.
Mas nunca dormia comigo, nunca ficava.
Talvez tivesse medo de que eu te abusasse, ou até mesmo fosse uma forma particular de valorizar nossos momentos.
Até que um dia você veio e ficou.
Nunca mais te deixei ir, mas sinto falta das rosas e das histórias. Ah! Como sinto...
Eu não sei os sentimentos que guardastes para mim ou os que mandastes embora depois do meu adeus.
Teus olhos nunca me negaram a verdade, das coisas que sentes, dos teus desejos.
Acho que sentes raiva, medo. Ou apenas o medo já tenha passado.
O quão difícil é organiza-se dentro de si?
Não quero que me odeies.
Apenas me entenda e deixe-me ir...

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Nada me matou mais naquela noite do que a solidão.
Uma mesa com provas e notas que me julgavam o tempo todo.
Minhas mãos no meu rosto tentando conter as lágrimas e o barulho do meu choro que ecoava no meu quarto vazio e silencioso.
Meu coração apertado, só necessitava de um abraço para eu acreditar que tinha alguém por mim, alguém que me protegesse de tudo que vivo.
Mas ninguém precisaria saber das minhas inquietações, do meu desespero, das coisas que sinto falta.
Acho que nunca me senti tão sozinha. Talvez me decepcionasse o fato de que quem estava ao meu lado e por esse alguém eu tudo fazia, nem se quer retribuía metade do que eu esperava.
Talvez naquele dia não fosse o dia em que tudo daria certo, mas sim um dia normal como outro qualquer.
Naquele noite eu era vazia, vibrava a solidão.