quinta-feira, 27 de março de 2014

Despesas, desistir.

Amor é quando você gosta da pessoa, cuida, quer bem, mesmo ela sendo a pior pessoa do mundo. 
Amor é quando você ama alguém de todo o coração sem se importar com as coisas ruins que ela fez.
Amor não tem preconceitos, é amar de olhos fechados.
Paixão é encantamento.
Paixão é quando você se apaixona por alguém, por as boas atitudes da pessoa, até entende seus defeitos.
Paixão é quando você fica pasma por alguém, é quando há magia no ar. 
Eu te amo. 
Mas eu não sei se eu sou mais apaixonada por você. 
Não vejo mais aquele brilho, não vejo a magia.
Não vejo mais nada disso porque você roubou tudo isso de mim.
Você levou muita coisa e deixou muita dor.
Você me machucou como uma pessoa que ama não deve fazer.
Você me machucou como uma pessoa que cuida não faria.
Eu tento muito por nós dois, mas não sei se você ainda tenta por mim.
E nem sei mais se quero tentar.
Acho que estou desistindo.
Ou já desisti. 

Sentada despida, despedida.

Algumas vezes eu tive e tenho a sensação de que esse relacionamento está prestes a acabar, mas não é por minha culpa e eu também não quero culpar você. 
Não sei se foi o tempo, se foi o desgaste da distância, as brigas, o tanto que me machuquei. 
Eu ainda não entendi o motivo de eu sofrer tanto e ainda querer ficar. Talvez o certo seja ir embora mesmo. Amor próprio, sabe?! 
Você diz que me ama, mas você me machuca.
Você diz que se importa, mas não demonstra.
Mais uma vez estou sentindo por dois.
Eu prefiro sentir sozinha, por ninguém, por eu mesma. 
Há coisas que eu consigo abrir mão, já você não.
Então se você não está disposto a se doar para mim da forma que eu estou é da forma que eu fiz, eu sinto muito.
O seu entusiasmo não é o mesmo que o meu.
O término é questão de tempo.
Só resta a mim, então, esperar.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Sou

-Você vem pra cama hoje, amor?
-Não, acho melhor você dormir sozinho, e eu também.
Então ela pegou sua caneca com chá, ele pegou sua caneca com café. Ele foi pro quarto, ela ficou na sala. 
Ela se sentou no sofá, se aconchegou, tomou um gole de chá. Doce ilusão de que só aquilo a esquentaria. 
Passou a mão por seus cabelos cabelos roxos cacheados, colocou a caneca de lado, então cruzou os braços.
Começou a pensar em tudo, e é como se uma cachoeira começasse a jorrar, tomava conta de todo o seu corpo, e quando descruzou os braços e passou as mãos pelo rosto tudo que saia era saudades, dor, escorria, corria com medo e queria ir embora daquele corpo. 
E ela pensava como poderia amar alguém tanto assim, como aqueles olhos eram tão lindos, como aquela boca cheia de dentes sorrindo a encantava. 
Talvez fosse o jeito que toda vez que ele ia sorrir fechava os olhos e abria seguido de um sorriso, mas no meio de tudo isso ainda virava um pouco a cabeça. Tudo era o conjunto de avisos do brilho do sorriso que viria a seguir desses movimentos.
Talvez fosse o jeito que ele a abraçava, sempre bem forte, de olhos bem fechados para não deixar ela escapar nunca.
Ou talvez fosse o amor com que ele a beijava, como eram doces aqueles lábios e como o seu beijo tirava o seu fôlego.
Talvez como ele a beijava no meio de uma discussão e como era bom fazer amor depois de brigar.
Ou talvez como ele a fazia sorrir todas a manhãs, ou como sempre se esforçava para tentar arrancar uma risada dela.
Talvez fosse tudo o que ele é, o bom coração, o charme, o cuidado, o brilho no olhar quando ele olhava pra ela. 
E ela pensava como era difícil as partes ruins, desejava em silêncio que essa chuva passasse e que a cacheira levasse embora todas as coisas ruins.
Desejava que a tempestade não voltasse.
Enxugou a cachoeira, foi até o quarto só para ver como ele estava. Já tinha adormecido.
Chegou perto em silêncio, acariciou seus cabelos, deu um beijo em sua testa.
Sussurrou no seu ouvido:
-Me desculpa, é por nós dois.
Beijou sua testa, foi até a sala, puxou uma cadeira para perto da janela, observou a chuva caindo, a janela molhada, todo o barulho que fazia.
Ficou um tempo calada, depois decidiu abrir a janela, pulou.
Tentara cair no próprio abismo do seu coração, queria se salvar e achou que o melhor jeito era se afogar na chuva.
Pensava todo tempo "é por nós dois, quando eu voltar eu te resgato." 
Queria se salvar dela mesma e facilitar as coisas.
Para que tudo passasse achou melhor passar um tempo mergulhada na imensidão. 
Por eles dois. 

quarta-feira, 19 de março de 2014

Ciclos

O problema é que eu me preocupo demais
Me doou demais 
Eu amo demais
Eu sangro 
Transbordo
Evaporo 
Aí eu chovo de novo 
Volto de novo 
Quero de novo 
E amo mais 
Cuido mais 
Me desfaço em pedaços a mais
Só pra poder completar 
Os teus pedaços a faltar 

Carta de desculpas

Meu amor querido, me desculpe por estar sendo tão dura com você. Mas eu faço essas coisas por que eu te amo.
Eu já tentei lhe ensinar das formas mais carinhosas possíveis e você não conseguiu aprender. 
Eu estou fazendo isso por nós dois e talvez um pouco mais por mim mesma.
Eu não aguento mais sofrer, eu não suporto mais seus erros. Eu só queria entender o que te leva a fazer coisas assim.
Acho que é por que você nunca se viu vivendo coisas reais, sempre construíram um castelo de mentiras para você, posso até entender que a realidade seja um pouco mais dura. 
Mas meu amor, eu tenho deixar a realidade tão mais doce para você, por que você me retribui assim? 
Não estou dizendo que não há momentos bons e que você não me faz feliz, por que se assim fosse eu já não estaria mais definitivamente aqui. 
Quando eu peço que você pense você me aparece com erro novo, eu tento fazer de tudo, mas já não sei para onde recorrer. 
Se não der certo, nosso próximo passo é o fim.
Você não entende que não foi só de hoje, mas faz tempo que eu venho sofrendo com você e as coisas que te rodeiam.
Se eu estiver errando em algo, por favor me perdoe e se puder me diga o que fiz de errado, porém estou seguindo da forma que ainda dá para seguir. 
Meu amor, me desculpe, mas eu ainda me amo e espero que você consiga crescer. 

quarta-feira, 12 de março de 2014

Qual a cor da água que te molha?

Noite de trovão 
Também é noite de solidão 
É a noite do medo do barulho 
E o único silêncio é da goteira incessante 
É a menina de cabelos de fogo curtos
Cabelos molhados, corpo congelado 
Corpo frisado 
Falta de agasalho
Noite de trovão 
Tempestade tortuosa 
Cabelo agora cor-de-rosa
A água levou a cor do fogo que já cessava
A goteira que insiste em aumentar seu ritmo 
A água caindo como rio 
Tentando levar as impurezas que sinto 
A falta do que sinto 
Só sinto
Sinto 
Noite de trovão 
É vendaval lá fora
Bagunça tudo 
Desvia o rumo 
Não vai embora 
É noite tortuosa 
Tempestade de solidão 

domingo, 9 de março de 2014

Qual o tamanho do seu medo?

Algumas vezes me sinto ofendida, magoada, por que as pessoas são más, porque as pessoas são más?
Não é questão de preconceito, sexismo, machismo nem nada do tipo, é por injúria, é por que eu defendo o certo, mas tem gente que acha que o opressor está certo e tenta me matar.
Me matar na unha, com ar de revolta, como se fosse dono do mundo, dono da razão.
Quando eu não disse nada, só fiz minha arte. Só segui o que é certo.
E não sei se é fraqueza, cansaço. Mas é quando essas coisas acontecem que eu tenho vontade de deitar, me enrolar, dormir, me esconder no meu casulo e não sair mais daqui. 
Eu acho mais fácil lutar por causa maiores e menos doloroso, mas quando tento fazer o que é certo a um nível menor me vejo atingida por pessoas más que um dia pensei serem meus amigos. 

sexta-feira, 7 de março de 2014

FRUSTRAÇÕES

Eu me sinto frustrada. 
Frustrada quando vejo outras pessoas usando da sua pouca liberdade, liberdade que eu não tenho. 
Frustrada quando todos ao meu redor podem fazer coisas que eu não posso fazer, por que eu sou dotada de dois números. O número 1 e o número 6. 
Esses dois números juntos na respectiva ordem que forma citados me fazem menos responsável, menos cabível, menos adequada. 
Esses dois números me colocam em posição de coitada, de não admissível, de incapaz. 
E sempre vou carregar esses números em mim, e cada vez que eles mudarem, o meu significado para os outros e para sociedade vai ser mudado também, mesmo que eu não mude. 

quarta-feira, 5 de março de 2014

Desmanchando-se

Lágrimas não convencem ninguém. 
Lágrimas não comovem quando convêm. 
Lágrimas não fazem você ficar. 
Só o que fica é a dor e o desejo de que no meio do caminho você desista, que talvez você se lembre do meu sorriso e volte pra cá. 
Da próxima vez eu poupo minhas lágrimas, meus anseios. 
Já entendi de que nada adianta e que nada vai mudar. 
Da próxima vez eu guardo o sentimento, eu esmago, eu transformo em raiva.
Nada disso vale por eu me acabar, me desmanchar em mim mesma, em saudades, se nada vai fazer você voltar.