sábado, 14 de outubro de 2017

Você ficaria por mim como eu ficaria por você?
Em qual oportunidade você me deixaria? (Deixará?)
Você está por mim como estou por nós?
Você não me ama cegamente, esse amor não te incomoda, não parece incomodar. E se não for pra ser loucura, para que ser?
Amor é se jogar em abismo, esquecer a razão quando estiver na ponta do precipício.
Amor é quando o outro quiser desistir e ir embora você dizer “fica”, porque às vezes a raiva é passageira, a dor é momentânea e a história tem que continuar e não acabar.
Amor é juntar os cacos do outro e mostrar o caminho certo a ser seguido.
Seguir sozinho é último recurso em última instância, que aí então, se torna necessária, mas antes disso cabe apelação.
Não se acaba no primeiro tropeço. Ou sou eu que já me machuquei tanto que agora minha carne dorme e não percebe mais as pancadas? Mas por certo sente o superficial, como quando a folha de papel corta seu dedo e arde mais que tudo, ao mínimo corte me parece o fim do mundo. Se você olha para mim e diz que é, eu vou acreditar. Se você me abraçar, eu vou acalmar.
O problema é que eu acredito muito no que se diz, palavra para mim é dívida, mas com você nunca foi assim, você diz que pode ir, mas me abraça e em silêncio pede para eu ficar. É como querer administrar a velocidade dos meus pensamentos, eu não consigo, assim também não consigo te entender.

Minha primeira desilusão amorosa.
Às vezes eu acho que você só aceitou minha aparência porque tinha que vir junto com o meu conteúdo. Nunca fui nada do que você sempre quis aparentemente e provavelmente nunca vá ser. Eu não acho certo me desculpar por quem eu sou, como eu gosto de me vestir, como gosto de viver. Então mesmo que você não goste você vai ter que conviver com isso. 
Não é como se eu fosse bonita para você de qualquer jeito, tem alguns jeitos que sim, outros que não, depende de como eu agradar seus olhos. 
Isso me entristece um pouco, talvez muito ou mais do que eu deveria sentir, mas é que sua opinião não é qualquer uma, você não é ninguém, eu me importo com você e com o que você pensa de mim. 
Não é como se você fosse gostar de mim de qualquer jeito, como se fosse adorar todas as minhas transformações e minha beleza não estivesse ligada a padrões. 
Depende...
São necessários alguns traços, alguns espaços, diferentes texturas e um calor para que eu me apaixone.
São necessárias as frases certas, até a palavra correta, as cores diversas para que eu me encante.
É o sabor, o rubor, o licor, chega até a ser desconcertante.
Mas não há descompasso quando meu corpo se envolve no teu abraço e aí é que eu já confesso de quem é a face que me faz delirar em encanto.
Exaurindo-se os segredos e o que me resta é o seu beijo para comprovar que de dentre todos os erros, você se tornou o acerto que eu nunca imaginei antes.




Poucos minutos depois de sua última ligação a campainha tocou e eu, em um ato de ilusão, caminhei sorridente de encontro à porta na esperança de que você quisesse mais um beijo, mais um abraço, mais um momento, algumas horas a mais. Mas na verdade não era você, e será que um dia vai ser ou você não há de ser por muito tempo?
Tento procurar os teus defeitos, encontrar os teus anseios e me aflige ser tudo perfeição. Não estou acostumada com o rumo certo, uma linha reta, quando sou contra-mão. 
E cuspo algumas palavras entaladas dos momentos que passamos só para ver sua reação e me vem assim calado, com um sempre sorriso no rosto e um beijo em compensação, compensar pelas frases que outrora pensa e agora não saem mais, não sei se por timidez ou falta de jeito, mas umas poucas sinceras mal não faz. 
O quão sua vida é importante agora? Se você tem uma saúde mental estabilizada, essa pode parecer uma pergunta idiota. Mas e quando você traça objetivos e deixa-se de viver o agora em prol do amanhã? O quão isso é prejudicial? O seu objetivo é mesmo assim tão importante? Tão importante a ponto de, às vezes, você se sabotar?
Por muitas vezes somos a razão da nossa infelicidade e acaba se tornando mais fácil culpar tudo ao redor, invés de enxergar sua própria culpabilidade. Colocamos expectativas em desejos futuros e acabamos deixando de entender as coisas boas que estão acontecendo agora ao nosso redor. Eu chamo isso de auto sabotagem.
Volto a indagar: o quão sua vida é importante agora? E ainda acrescento mais: o que você está deixando de viver?
A vida é sobre o presente, reflexos de um passado e desejos futuros, mas a vida acontece agora.
Quantas sensações você está desperdiçando em prol de temores?