quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Pense em mim, vida desintegrada

Era um dia comum. Talvez não tão comum, pois eu tinha passado a manhã inteira e boa parte da tarde fora de casa, como eu não fazia há tempos.
Antes que eu entrasse em casa eu vi um avião passar, mas não era um avião comum.
Aquilo me deixou com um mal pressentimento, e fiquei sem entender o que estava acontecendo.
Entrei em casa eu fui direito para o quintal, o avião ainda não havia saído da minha cabeça.
Subi em uma árvore e fiquei a olhar para o céu em uma tentativa de saber se o avião já tinha ido embora.
Quando eu menos esperava o avião estava voltando, desci no mesmo instante da árvore e fiquei a olhar para o céu com muito medo...
Vi ali de longe uma bomba cair.
Tentei mesmo que frustadamente ligar para o meu namorado e poder dizer o meu último ''eu te amo'', mas não dava mais tempo de nada e a única coisa que eu queria era que minha morte fosse rápida, que não doesse, que eu fosse embora logo, eu não queria ficar ali para ver o que iria sobrar disso tudo.
poeira veio chegando destruindo tudo, então fechei meus olhos. Mas o que eu pensava ser uma bomba atômica não era, era apenas uma bomba comum.
Fui jogada contra a parede, e senti alguns estilhaços perfurando minha pele superficialmente.
O mundo acabou, eu deveria ter ido junto, o que estava acontecendo?
Logo em seguida me levantei e corri para ver meus pais, nada mais importava, só queria saber se eles estavam bem.
Minha mãe estava na cozinha, viva.
A casa estava destruída, tudo que minha família tinha ido embora e eu ainda nem sabia o por quê.
Apenas algumas paredes estavam em pé, não havia mais telhado, não havia mais esperanças, apenas sonhos destruídos, estilhaços de um vida inteira que eu nem sabia se poderia continuar daqui para frente.
Corri para o quarto, meu pai estava lá, deitado, todo empoeirado, corri para o abraçar e comecei a chorar muito.
Quando eu perguntei a ele o que estava acontecendo ele apenas me disse que a base de Natal estava reativada e servindo aos Estados Unidos.
Era a Terceira Guerra Mundial.
E eu abraçada com meu pai, chorando, buscando a esperança que as pessoas haviam perdido, tentando entender o motivo de o poder corromper, tentando encontrar um pouco de compaixão em todas essas almas perdidas e vendidas.
A poeira abaixando e eu me dando de conta que tudo estava perdido dali para frente.
Nenhuma guerra pode ser santa, a luta armada não é justa, apenas o amor liberta.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

'N' Beijos Mais

"E agora como posso te perder?
Se o teu corpo ainda guarda o meu prazer...''
Quando eu retornar você não vai ter mais o meu abraço, nem mesmo o meu sorriso, acho que você ainda terá algum olhar.
Tudo porque você fez questão de me perder, se perder no meio a tudo isso que você acabou se descobrindo.
Você não se tornou uma pessoa perdida, você apenas entendeu quem você era.
Você tinha uma única chance e perdeu.
É difícil lembrar de todos os nossos momentos bons. Muito difícil.
Eu sinto muitas saudades disso, de me sentir viva, de poder olhar apaixonada para você, de ser feliz ao seu lado.
Eu quero voltar para você com um sorriso ao abrir a porta e não do jeito que você me fez ir embora.
Deixa eu te fazer um último pedido: me devolve todos os nossos momentos bons e me traz de volta tudo aquilo que você roubou de mim?
Eu sinto muito pela morte do nosso relacionamento.
O meu Adeus espera o seu Até Mais.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

O chão que beijo, me deito e rolo

Chega um ponto da nossa vida, da nossa carne, da nossa alma que tanto faz se alguém te bate mais forte ou um pouco mais.
Tanto faz porque nós já estamos cansados e já sofremos tanto que não fazemos mais questão de aturar ninguém, falamos a verdade mesmo que doa e tentamos seguir em frente como se nada tivesse nos acontecido. 
É aquele ponto quando alguém nos tira a paciência e sabendo-se que podemos evitar a pessoa simplesmente vamos dormir.
Dormir para ver se o tempo nos ajuda a curar: os doloridos, os machucados, a enfermidade de uma vida tão mais sofrida. 
E então nos contentamos com a solidez, com o barulho do vento, com a rede balançando, com uma música boa. Por quê apenas tentamos ficar longe de quem nos fez mal e cada vez mais perto do pouco de um resto de alma que sobreviveu a tudo isso. 

terça-feira, 15 de outubro de 2013

As flores de plástico não morrem

-A vida é um drama, é uma arte. Você escolhe que tipo de drama ela vai ser.
E assim ele gritou para quem quisesse ouvir.
Eu fiquei no meu canto, pensando, calada.
Seria minha vida o drama que eu queria que fosse? 
Seria nosso romance o drama que eu gostaria de ler? 
Eu sei que o nosso drama era o mesmo em todas as épocas.
Há quem não entenda essa minha explicação, mas não nos precipitemos, hei de explicar tudo.
Nosso drama era o mesmo sempre por que era exagero.
Nosso drama era do tipo que você, caro leitor, choraria sempre, ora de felicidade, ora de tristeza.
Nossa história começaria com um drama exagero do tipo triste. 
Eu acabara de sair de um relacionamento e me joguei num abismo, e quando caia ele me pegou. 
E eu pulei de novo, fui de novo, de olhos bem abertos para não perder nada.
E logo começaram as complicações...
Não podíamos admitir para ninguém, era um romance proibido. Nossos pais não permitiram paz a nós se admitíssemos. 
Vivemos meses juntos, dormíamos escondidos um na casa do outro, tínhamos que cuidar sozinhos um do outro, pois não haveria mais ninguém para nos cuidar daquela forma se não nós mesmos.
Vivíamos as escondidas, roubando beijos nos escuros, fingindo teatro para todos a nossa frente.
Já ia esquecendo-me! Fiquei enferma no começo das nossas histórias, e quem sem pedir nada em troca me amou, me cuidou, dormiu ao pé do meu leito? Ele!
Que se passe então as histórias enfermas, pois ele também ficou assim outrora. Por pura imprudência, idiotice, mas não o abandonei. O cuidei, o amei.
Fomos conhecer artistas pela primeira vez e outros já tínhamos visto, até no mesmo dia, mas não juntos. Dessa vez fomos revê-los e curtir o que de melhor a música tem para nos oferecer.
Vivemos tantos momentos bons, tantas coisas felizes e emocionantes. 
As quintas-feira são o nosso dia, mas é aos domingos que nos casamos, houve domingo que eu não queria casar com ele.
Fomos até o cinema e assistimos todos os filmes em cartaz só para poder ficarmos juntos um do outro.
Viajamos juntos outras vezes, até sem que ninguém desconfiasse.
Sempre fazíamos surpresas um para o outro, até já ganhei várias flores. 
Parecia até que ele seria a pessoa certa para juntar os pedaços do meu coração, que antes fora esmagado, com todas essas coisas boas que ele fez comigo, para mim.
Mas de tanto que ele juntou e tentou consertar, parece que nada adiantou, pois ele mesmo fez questão de quebrá-lo novamente. Creio que foi uma tentativa de saber se a cola que o fez traria tanta resistência assim, mas não funcionou.
Me fez em pedaços de novo, mas não foi de vez, foi aos poucos. Passei por humilhações desnecessárias para podermos ficarmos juntos.
E quase ao nosso fim não parávamos de brigar, tudo isso por que ele sempre errava e me machucava.
De todos os pudores que não tínhamos, de todos os beijos e corpos entregues, do luar nos cobrindo em seu quarto, das danças apaixonadas, dos sorrisos bobos, de nada valeu ou eu mereço toda essa dor? 

Agora tanto faz

Acho que o dia hoje acordou junto comigo, ele acordou triste.
O sol não raia tanto assim, nem o vento decidiu bater minha porta.
Não faz calor, nem frio.
Um dia "tanto faz", tedioso e triste.
Até parece que tudo sabe o meu humor.
Meu cabelo bagunçado, minha pele opaca e meu corpo dolorido.
Tudo isso por saudades.
O que eu acho mais incrível em mim é que mesmo que a pessoa me magoe, me machuque, erre comigo eu não consigo deixar de amá-la, eu não consigo deixar de sentir saudades.
Eu não sei que tipo de Karma eu tenho, mas deve ser do tipo filho da puta.
E vestindo qualquer roupa, usando nenhum perfume, comendo qualquer besteira e andando devagar, tentando olhar para frente. 
Tudo para tentar sobreviver a mim mesma e a esses dias de "tanto faz".

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Talvez não hoje

Eu gosto de olhar para as estrelas.
Eu gosto de olhar para as estrelas e pensar que onde quer que você esteja, você está sob o mesmo céu que agora estou.
Uma viagem inteira sentindo sua falta, noites inteiras suspirando saudades. Tudo na esperança de que você volte antes.
Sentada no fim de um ônibus, recostada a janela, chorando solidão, respirando saudades.
É tão difícil voltar sem seu abraço, sem ter lhe xingado, sem ter batido em você, sem ao menos termos brigado.
É difícil controlar as lágrimas quando se vê um casal a frente e mais difícil ainda quando tudo parece ter o seu cheiro, tudo parece lembrar você. 
Pode parecer drama tudo que aqui escrevo, mas um romântico, mas quem ama de verdade, me entende.
Eu simplesmente poderia tentar te esquecer para me enganar um pouco e fingir que estou bem do jeito que estou. Mas não dessa vez.