sexta-feira, 21 de julho de 2023

E parecia que entrava enfim numa existência superiormente interessante

Hoje é dia 21 de julho de 2023. Eu tenho 26 anos. Eu já tive um casamento. Estou no meu terceiro namoro. Já tive que deixar um dog para trás, com meu ex, do qual eu sinto muitas saudades. Eu sou diagnosticada com TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizado), teoricamente estou bem e estável. Teoricamente sim, pois na prática eu ainda vivo alguns episódios e faço o meu melhor para evitar crises e viver bem, às vezes perco, hoje eu perdi. Eu sinto muito. Não como uma lamentação, mas como de sentir mesmo. Eu sinto muitas coisas e parece que meu coração sempre tem lugar para mais sabores e dissabores. Eu tento todos os dias ser uma pessoa melhor, às vezes eu não preciso tentar e eu consigo, é aí que eu sei que venci. 

Eu estou muito disposta a ser melhor, a ter uma vida melhor, a viver bem e às vezes tento entender que não consigo ter uma vida simples porque eu não sou simples e por ser complicada ou complexa, como melhor queira nomear, é a minha beleza. A minha beleza como pessoa é a complexidade, talvez por isso eu me torne interessante. E sim, eu tenho, um pouco mais do que leve, noção do efeito que eu causo nas pessoas. 

Eu penso constantemente nos dias que vivi, ontem eu me deparei com as conversas no facebook com meu ex e me deu saudades das coisas que vivíamos, apesar de muito do conteúdo dessas conversas serem discussões, se tirasse essa parte tudo teria sido realmente perfeito, mas éramos duas pessoas com passados complexos, com feridas abertas e igualmente perdidos sobre nossa própria compreensão. E por falar em compreensão me encontro agora em um novo relacionamento, onde mais uma vez, as coisas não são simples e trago a maior questão que esse relacionamento me trás: eu estou tão machucada a esse ponto ainda ou isso não é para mim? 

E digo isso porque faço terapia há mais de 5 anos, nesse ponto da minha vida, e modéstia à parte, com a inteligência que eu tenho eu tenho bastante compreensão sobre todos os processos que me trouxeram até aqui, sobre quem eu sou, hoje tenho bastante clareza sobre o que quero, apesar de constantemente falhar na execução. E se tenho tanta consciência, porque obscuridade nessa nova relação? Teria eu construído muito bem meu muro de Berlim? 

Eu já cheguei a pensar, e cá entre nós, ainda penso, que amor da minha vida só foi um mesmo. Mas aí eu lembro do nosso querido Raul que diz "ninguém é feliz tendo amado só uma vez" e mais uma vez, vem um pensamento contraditório que coabita em mim e diz "eu mereço ser feliz, eu mereço amar e ser amada e se eu conseguir me entregar completamente eu viverei (novamente) uma linda história de amor". Sim! Sim. Sim... esses dois pensamentos coabitam em mim "amor da minha vida foi só um" "ninguém é feliz na vida tendo amado só uma vez". É dessa complexidade que eu falo e sei que transmito. 

Algo que talvez eu tenha tido consciência na minha vida, que na verdade era um misto de consciência com soberba da adolescência é que eu sou uma pessoa incrível. E hoje, eu sei que eu sou a pessoa mais incrível da minha vida. Eu me vejo e me entendo como um ser realmente especial e isso mudou e muda bastante coisa e bastante perspectivas. Faz parte do meu autoconhecimento. 

Eu espero que seja o mais normal possível mentalmente falando, que ao mesmo tempo eu abrace minhas loucuras, continue com minhas espontaneidades, apesar de precisar da rotina para me manter forte nos meus objetivos. Eu espero que eu consiga equilíbrio. 

Uma das minhas grandes conquistas até aqui é entender que eu sou a pessoa mais importante pra mim e nossa, isso muda muita coisa também. 

Eu só queria falar mesmo, ou no caso, escrever. 

Daqui a 1 ano eu espero estar muito perto dos meus objetivos, espero ter recuperado o tempo que não consegui aproveitar porque lutava contra essa doença. Espero ter evoluído mais e espero que eu vença todos os dias sem quase nem precisar tentar. E quanto ao meu coração eu não sei o que esperar e pensar... mas desejo estar bem, mesmo que sozinha. Mas é uma tremenda responsabilidade estar na vida de um outro alguém, eu bem sei.  

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